"Teach young people who are taking ecstasy about not to get dehydrated, about what to eat and drink and how to deal with their effects of dancing a lot (Cocaine is a hell of a drug) and you really reduce the risks of ecstasy
Cocaine is a hell of a drug
Cocaine is a hell of a drug
Não sei por quê
Não sei por quê
(Psychedelic Experience)
Não sei por quê
SIM
Não sei por quê
Teach young people who are taking ecstasy about not to get dehydrated, about what to eat and drink and how to deal with their effects of dancing a lot (Cocaine is a hell of a drug) and you really reduce the risks of ecstasy"
SEM CRITÉRIO
Você quisera estar aqui
Sem entender nada
Você não entende nada que eu digo...
Mas ficará por aqui...
E que conversa inútil!
Que madrugada ruim
Meus sonhos morreram contigo
E eu, ingênuo, achava que dava
Pra ser mais aberto
Mas contigo aprendi que não com todo mundo
E eu ficara mesmo assim interessado
Eternamente interessado em ti
Eu te vejo como um bichinho
Muito vulgar, mas intensamente profundo
Como todo mundo é
Profano e lindo
E eu comeria todo mundo
Sem critério, eu comeria o mundo
INÊS
Abordar a vida como ser agênero chamado Inês
Inesgotável, inexplicavelmente assumo a minha pequenês
E quem és? Não importa!
Que eu caia mais cem, dez ou uma vez
Que é uma brecha e não uma porta
Onde quem entra só aborta
Quando nega e reluta frente às obviedades
E quer, mais do que viver, transcender
Na sala de aula nonsense, que é a Terra
Sempre à toa e sempre atento
À toada do vento
Inês é de se levar sem leme
Pra não encontrar cais
É caos, é casa nômade
Nem sim ou não, talvez
Nem verde ou maduro, de vez
Pensei ter visto uma imagem
Mas era só tua miragem.
Eu não aceito, me acostumo, compareço
Me sinto humilhado e fico calado
Eu não vou chegar em você
Eu não vou chegar em você
Quem disse que eu sou homem?
Quem disse que eu sou homem mentiu pra você, mulher
Eu não cortejo nem corro atrás do seu beijo
Tua pele macia me interessa demais pra tanta dificuldade
Pra quê tanta dificuldade pra tanta dificuldade?
Pra tanta dificuldade
Quem disse que eu sou fácil?
Quem disse que eu sou fácil?
Quem disse que eu sou fácil?
Quem disse que eu sou fácil acertou, mas nem tanto assim.
STALKER
Você vai se arrepender por ter me conhecido
Vai trocar de casa, de cidade, de amigos
Você vai se arrepender de ter me dado bola
E de ter me beijado na escada da escola
Você vai se arrepender por ter desafiado
Um ser humano tão complexado no momento errado
Você vai fugir de mim
Você vai fugir de mim
Você vai se arrepender de ter se aproximado
E sem mais nem menos ter me abandonado
Você vai se preocupar aonde quer que esteja
Não vai confiar nem no padre da sua igreja
Você vai pagar em Terra por todo o pecado
E o meu olhar a te escoltar por todos os lados
Você não vai fugir de mim
Você não vai fugir de mim
Porque a culpa há de te corroer
Eu sei que a culpa há de te corroer
Por todas as promessas feitas
Tão mal-feitas que chega a doer
Eu nem sei bem como é que acreditei
Deus do céu, como é que eu confiei?
Eu que sempre tão desconfiado, que gozado...
Baby, em mim já doeu demais...
Cansei...
Cansei de tanto dar e nunca ser correspondido
E hoje fujo de você como um bandido
Fechou o tempo, o sol sumiu no nosso bang-bang
E ainda sinto transbordar as farpas por todo o meu sangue
No meu corpo, guardo a tua ausência em todos os buracos
Não-vedados, não-tapados, não-curados
Você não vai sair de mim
Nunca vai sair de mim
Você não vai sair de mim
Pra sempre em mim
Nem tento me esconder que eu não sei
Se eu minto mais pra mim ou pra você
Já nem quero saber...
Se eu simplesmente tento evitar
Minha mente diz que não
Não vai deixar passar
E toda vez que eu fujo eu me perco
Num labirinto imenso e denso
Que eu criei pra me cercar
E me sinto tão confuso
Que me vejo como um ser humano
Que jamais vai despertar pro que realmente é
(Oi, amor
Eu vou... enfim...
Não sei se você ainda tá aí...
Mas eu vi agora e tal...
Fala pra minha mãe que eu não lembro aquilo que ela falou comigo...
Aquilo que ela queria lembrar...
Pra segunda-feira...
Não lembro mesmo... se era pra pagar alguma coisa...
Mas enfim...
É isso...
Beijo)
Tudo que eu posso dizer é que eu não sei
Tudo que eu posso dizer é que eu não sei se eu amo mesmo
Mas eu me pergunto, então:
"O que é o amor?"
E se todo esse torpor é só uma fuga
Uma fuga da minha depressão, uma fuga da minha confusão
Do que realmente sou
Mas então eu penso "que estupidez!"
Que não existe UMA essência
E talvez isso possa explicar
Que eu te amo sem porquês
Guerras Íntimas fecha um ciclo pra mim. Como um fechamento de ciclo é algo pequeno e perigoso, eu tô fazendo aos poucos. Daí lançar 2 discos, separadamente. Pra dar tempo de eu ter coragem e força pra botar pra fora o que precisa ser colocado.
Guerras Íntimas fecha o ciclo da minha relação com o meu pai. Por isso, o primeiro álbum se chama "filho.". Assim mesmo, "filho.", entre aspas.
Filho me lembra "fi-lo", que me remete a tanta coisa, desde o lo-fi que me salvou por ter me dado a possibilidade de expressar o que eu precisava expressar mesmo não tendo os meios necessários.
Filo também me remete à categoria biológica, que pode ser definida por "categoria taxonômica que agrupa classes relacionadas filogeneticamente, distinguíveis das outras por diferenças marcantes, e que é a principal subdivisão dos reinos; ramo.", o que me remete de alguma forma à ideia também de subjetividade e ao que podemos ter em comum enquanto espécie.
Obviamente, filo também me remete à ideia de Filosofia, que me salvou da ignorância e dissimulação pregadas à minha volta enquanto eu crescia e ia sendo criado de meus pais. Um criado mudo. Deixei de ser criado mudo, ao iniciar um blog com os dizeres "Philosophy Strikes Again" quando eu tinha cerca de 13 pra 14 anos.
A Filosofia, vocábulo resultado de "philia" + "sophia". "Philia" significaria "amor/amizade". Uma filiação, ter um filho como supostamente uma espécie de amor inato da nossa espécie. Como se o amor parental fosse um axioma.
Ao mesmo tempo, "filho." me remete à confissão subjetiva que se pode extrair da conjugação do verbo fazer: "fi-lo" ou, digamos, "eu o fiz".
"filho." é o disco que prevê o meu desligamento, pra sempre, dos meus progenitores. Não por opção minha, é claro, mas foi a missão e caminho que me foram dados.
A síntese disso tudo fecha o arco da minha obra musical inicial, sinto que ainda tenho muito mais a colocar pra fora...
Eu fui, literalmente, estuprado pelo meu pai com cerca de 4 anos de idade. Pelo que me lembro, não apenas uma vez. Essa foi uma ideia que passou a minha vida toda esquecida e que, só me voltou, uma vez que eu encontrei um analista que, de fato, tinha coragem de me permitir a abertura da minha narrativa e, consequentemente, das minhas potências suprimidas.
Também fui abusado, de forma mais leve, pela minha avó (por volta dessa idade dos 13/14 também). Esses abusos que eu, inconscientemente, fui buscando esquecer e que, com o auxílio luxuoso de minha família, principalmente da mulher que eu sempre chamei de mãe, foram tão minuciosa e cuidadosamente reprimidos.
Sempre que eu cito um desses fatos, a postura da minha ex-mãe (pessoa em quem sempre confiei profundamente, infelizmente) é a de me fazer olhar pra outro lugar. Por exemplo, em relação à minha avó, mãe dela, com quem acordei com a mão no meu piru no ápice da minha puberdade, ela diz "Ah, é o jeito da sua avó mesmo." ou qualquer outra coisa do tipo.
O que o meu novo álbum "filho." sintetiza pra mim é a ideia de que eu não posso confiar em muitas pessoas nessa vida.
Recentemente, cheguei ao vocábulo "tartufo", ou "Aquele que é hipócrita; indivíduo que dissimula ou engana. Beato falso; devoto enganador.". Os meus ex-pais e, principalmente, o meu ex-pai, o XXX*, pedó(filo), são tartufos.
Na época em que iniciei o meu blog, aos 13, lembro que eu estava obcecado por alguns trechos do "Assim Falava Zaratustra", livro de Nietzsche e também pelo vocábulo "hipocrisia". Hoje tudo isso se encaixa. O XXX* é a pessoa no bairro onde fui criado a quem muitos tratavam como se fosse um "pastor". Inclusive, alguns se dirigiam a ele com "a paz de cristo!" pois nem sequer havia a dúvida de que ele fosse um "pastor". O pai de Nietzsche também era pastor, talvez por isso saibamos tão bem do quanto o contexto religioso é o primordial local de alienação da nossa sociedade.
Os líderes religiosos e também a maioria dos psicólogos têm na sociedade a função da manutenção.
O estupro e o abuso sexual são, na verdade, simples mecanismos de manutenção, de aterramento, de alienação da realidade como tal (na verdade, parte fundamental do rito social). Muito provavelmente, muitas pessoas que sempre se mostraram "diferentes dos outros", seres que se destacam dentro de seu "filo", foram e são estupradas diariamente sem que nada venha à superfície e isso tudo com forte apoio da principal instituição de nossa sociedade (junto às igrejas): A Família, que só pra deixar mais claro, vem:
"Do latim familia(la), que significa o conjunto das propriedades de alguém, incluindo escravos e parentes; familia vem de famulus(la), que significa escravo doméstico."
Portanto, a Família é a propriedade da Pátria. Ou resumindo o raciocínio, o filho é o escravo do pai, devendo ir aonde ele quer e fazer o que ele quer e é sobre esse tipo de sujeira que se sustentam os Estado-Nações que vêm desde à Modernidade ocidental. Quem defende a família, defende a pátria, defende a manutenção de uma organização social que se for enxergada de olhos abertos por todos, obviamente, rui. (daí a potência também de assumir os "ruídos" dentro da música)
O meu Guerras Íntimas vem a público com a intenção de discutir o "tanto" que tal instituição familiar (seja a de sangue ou não) tem como principal função a manutenção do sistema capitalista opressor vigente através da micropolítica dos afetos. Ou através do que eu e alguns gostamos de chamar de microfascismo. Na minha opinião e dentro do meu lugar de artista, portanto, o que deve ser combatido é o microfascismo. É um projeto de longo prazo, evidentemente, mas não se combate o Jair Bolsonaro, mas o que se deve ter é a coragem de interrogar, agredir verbalmente e, se necessário fisicamente, os seus próprios familiares. É esse tipo de coragem que, sônica e verbalmente, eu pretendo proporcionar a quem usufruir do produto completo Guerras Íntimas.
É o que me faltou estes anos todos. É a veemência de se colocar como sujeito de fato, como centro de sua própria história. Não como alguém que permite que suas ideias tenham como limite as prerrogativas de seus familiares, mas as suas próprias.
Guerras Íntimas (e toda a minha obra) têm como intenção o atravessamento artístico que possa, molecularmente, incitar a revolução caseira, ou melhor, trazer à tona as Guerras Íntimas. Expondo o belicismo caseiro e tratando-o como tal, podemos chegar finalmente à Era de Aquário ou New Age ou Nova Era.
Por enquanto, apenas novos poderes estão sendo erigidos.
Poderes esses que têm a mesma potência controladora e fascística dos antigos. Quando eu critico uma mulher negra é com a consciência racializada de que tive uma mãe (agora ex-mãe) que, através do amor, carinho e respeito que tive por ela, foi a peça fundamental da minha manutenção dentro da casa dos meus ex-pais e da minha ignorância e sujeição que me levaram a 2 consecutivas tentativas de suicídio.
Com esses argumentos, vou mais longe... diria que o que chamamos de "loucura" é algo que, plenamente, não existe... mas é simplesmente o que pode ser:
1 - uma escolha pessoal por performance de cegueira
2 - consequência de profundo recalcamento de traumas não-processados. principalmente os que não foram processados por estarmos de frente de experiências pré-linguagem (principalmente pela idade em que tais traumas se dão).
O ser humano ruma agora em direção ao estado "Proto". 2020 é o ano Proto. Se progressivamente, nos tornamos indivíduos ciborgues (obrigado, Donna Haraway), a próxima etapa é o estágio "proto", aquele em que retornamos a um estado pré-humano e é aí, de fato, onde devemos chegar enquanto espécie.
Que nosos filos se espraiem rizomaticamente pra esfera suja e quântica e inexprimível da nossa existência.
Guerras Íntimas não será uma experiência completa sem a consciência desse texto. Boa sorte. Eu sou apenas canal/veículo de transmissão das necessidades do meu tempo. Melhor sorte a todes nós! Lembrando sempre que "laços" são apenas "nós" enfeitados. Reflitamos sobre os nós na garganta e vomitemos coletivamente sobre o prato da mesa de jantar, posicionada sempre estrategicamente no centro da sala-de-estar, só assim há cura pro tal mal-estar. Obrigado, Freud! Chega de bullshit!
De resto, a máscara dos atores que conhecemos o próprio tempo está tratando de desnudar."
Felipe Neiva, Niterói, 2019.
XXX* é pra ocultar o nome
credits
released August 23, 2019
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